quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Especialista em comportamento animal dá dicas de como aproveitar com maior segurança o final de ano com seu pet.


Cleber Santos ensina como preparar o seu pet para viajar, como protegê-lo do estresse dos fogos de artifício, e o que considerar antes de presentear um animal a alguém.

Com as festas de final de ano se aproximando e a crescente diminuição da pandemia, muitas famílias estão se planejando para encontros, viagens e passeios. Em muitos casos, isso inclui também os animais de estimação que, cada vez mais, se tornam membros da família.

O especialista em comportamento animal Cleber Santos, CEO da Comport Pet – empresa especializada em serviços de Day Care e adestramento, dá dicas para preservar a saúde do seu pet e aproveitar as festividades.

Cuidados ao viajar com os pets

Se você vai se locomover com seu animal de estimação nesse final de ano, fique atento à preparação e regulamentação de segurança em viagens, seja de carro ou de avião.

“Ao viajar de avião, muitas pessoas se preocupam com a documentação, registros, vacinas entre outras burocracias. Mais importante que isso, é essencial se preocupar como esse animal vai se comportar durante duas, três horas ou até mais, viajando sozinho em uma caixa de transporte”, comenta Cleber. Em 2021, foram noticiadas mortes de cães em transportes aéreos, por isso, para evitar fatalidades é muito importante que o tutor prepare o seu animal.

.:. Faça uma adaptação à caixa de transporte. Essa caixa precisa ser inserida como parte do ciclo diário do animalzinho antes da viagem, ou seja: garantir que ele consiga entrar e sair da caixa sozinho sentindo segurança, deixá-la presente no momento dele dormir, no momento da alimentação, criando associações positivas. Pegar um animal que nunca usou a caixa de transporte e de repente trancá-lo por horas, pode ocasionar uma sensação de desconforto e estresse. Isso afeta sua respiração e também a sua parte sanguínea, podendo levar à uma parada cardíaca.

.:. A dimensão da caixa de transporte é muito importante: O cão ou gato precisa conseguir ficar tanto de pé, quanto conseguir fazer um círculo de 360°, para que consiga se movimentar, se esticar, e ter um espaço confortável.

.:. Antes da viajem, o animal precisa ter uma boa alimentação sem excessos. Não estar com o estômago cheio, para evitar que em uma situação de estresse ele passe mal e se engasgue com o próprio vômito.

.:. Especificamente para os cães, o ideal é que façam passeios, caminhadas, ou até que fiquem em uma Day Care brincando bastante no dia anterior à viagem, para que ele tenha um gasto de energia adequado antes da hora do voo.

.:. Deixar à disposição (durante o voo) brinquedos, estímulos e objetos para roer, para que ele passe o tempo se distraindo e interagindo com esses objetos que estarão junto dele na caixa.

Se você vai viajar de carro com o seu gato, mantenha-o sempre na caixa de transporte. Se for com seu cão, independentemente do tamanho, é importante não permitir que ele fique solto andando pelo carro.

Muitos cães, quando fixados com o cinto de segurança pet no banco traseiro, ficam agitados e latindo. “Apesar de ser um barulho incômodo, o dono não deve ceder, pois isso pode ocasionar graves acidentes de trânsito. O cachorro pode alcançar os pés do condutor, entrar no volante, ou colocar a cabeça para fora da janela e acabar pulando por ver alguma coisa fora que chamou sua atenção. Portanto, siga sempre a regra do uso do cinto de segurança pet, que é o regulamentado pela lei de transporte de animais”, completa o especialista.

Atenção aos fogos de artifício!

É sabido que os cães e gatos são mais sensíveis aos sons de fogos de artifício, e muitas vezes desencadeiam problemas físicos e emocionais no momento da queima, como por exemplo episódios de vômito, ansiedade/medo, convulsões e taquicardia (o que aumenta mais ainda para aqueles animais que apresentam cardiopatias).

O problema é tão grave que já existe um projeto em análise no senado (PL 2130/2019), que estabelece limites de emissão sonora para os artefatos. Porém, até a lei ser aprovada é necessário que cuidemos adequadamente de nossos animais de estimação.

O especialista dá dicas de como amenizar o estresse.

.:. O ideal é prepará-lo com antecedência. Para os cães, você pode colocar um áudio com o som dos fogos de artifício e treinar os comandos enquanto o cão escuta o som. Treine o senta, fica, deita, entre outros comandos, aumente o som de maneira gradativa e veja como seu cão se comporta.

.:. Também é importante demostrar estar relaxado e seguro no momento da queima, pois caso o animal perceba que você também sente medo, a situação irá se agravar.

.:. Deixe seu cão ou gato ficar em um local no qual ele se sinta seguro, longe de portas e janelas de vidro, piscinas, rotas de fuga, e tudo o que represente um risco.

.:. Uma maneira de aliviar a altura do barulho na hora H, é colocando chumaços de algodão no ouvido do seu animal.

.:. Em casos de cães e gatos com uma pré-disposição a cardiopatias ou convulsões, você pode recorrer a calmantes naturais. Peça ao veterinário que receite um para seu pet, eles são facilmente encontrados em pet shops.

.:. No dia da queima, tire algumas horas para gastar a energia do seu animal. Faça brincadeiras de gasto energético com seu gato, ou faça um bom e longo passeio com seu cão e brinque bastante, desta maneira eles estarão menos atentos aos barulhos por conta do cansaço.

Animal não é “presente”

É bem comum com a chegada das festas do final de ano, algumas pessoas escolherem um pet como um presente “fofinho”.

“É preciso considerar no momento da escolha, pontos como o porte (no caso dos cães), grau de energia e temperamento, e tempo de vida. Algumas raças de cães vivem mais de 15 anos, alguns gatos, mais de 20! A escolha errada ocasiona em animais que não se encaixam com a família, facilitando o abandono”, aconselha Santos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), somente no Brasil existem mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães.

“O Brasil aprovou a lei (PLC 27/2018) a qual declara que animal não é coisa, reconhecendo os animais como seres com emoções e passíveis de sofrimento. Ou seja, antes de adotar um animal de estimação nesse natal, reflita sobre a responsabilidade que estará assumindo também diante da sociedade. Evite ceder à pressão de uma criança caso perceba que foge à realidade do tutor, e entenda que nem todos estão preparados para ter um pet, embora até simpatize com a ideia”.

Cleber Santos é adestrador e especialista em comportamento animal. Recebe cerca de 500 animais semanalmente em sua Day Care, além de ser o criador da Universidade Comport Pet para empreendedores, que já atendeu 400 alunos só em 2021.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Ansiedade, depressão e autoflagelo em PETs - Como diferenciar e buscar ajuda


Após dois anos de convivência diária com os donos, pets podem entrar em quadros crônicos de depressão e autoflagelo por se sentirem abandonados. Especialista em comportamento animal orienta como fazer uma transição responsável com eles para o período pós-pandemia

Para cada 10 pets, quatro apresentam algum quadro de ansiedade, depressão ou autoflagelação. Essa é a média relatada por Cleber Santos, especialista em comportamento animal, e CEO da Comport Pet, que recebe cerca de 500 cachorros, gatos e demais animais domésticos nos chamados serviços de Day Care, hotel e adestramento.

Dody Martins é dona de Mickey, um cão sem raça definida. Depois de quase dois anos juntos em confinamento, Dody retornou ao escritório. Após alguns dias, percebeu mudanças no Mickey. “Ele não comia, nem bebia água direito, se coçava e se mordia a noite toda. Levei ao veterinário, que passou um creme para a dermatite causada pelas feridas. Ele não parou. Fui alertada de que poderia ser emocional. Não sabia que cães tinham problemas de saúde mental”, explica a dona que começou a seguir alguns ritos para acalmar o ‘filho’.

Segundo o especialista em comportamento animal, os cães, principalmente, estão enfrentando transtornos mentais devido à interrupção abrupta de um período no qual o vínculo afetivo com os donos foi extremamente fortalecido. “Assim como para as crianças, é preciso um cuidado especial para tratar essa história, de preferência, com estratégias orientadas para essa transição”, explica.

Tristeza x Depressão e Autoflagelo

O especialista alerta que o agravamento da ansiedade para um quadro depressivo é comum, visto que nem sempre são percebidos os sinais de socorro do animalzinho. Mudanças de comportamento, como desobediência, agressividade ou agitação podem ser encaradas pelos donos como atitudes para “chamar a atenção”.

Para Santos, é fundamental saber diferenciar a tristeza da depressão entre os pets. Ele explica que, no quadro depressivo, são apresentados sintomas como falta de apetite; apatia; inatividade; pouca afetividade; sono excessivo; falta de vontade de brincar. Ele também pode se esconder do dono ou se tornar agressivo.
Assim como a depressão, o autoflagelo é um transtorno emocional que pode ser causado pela ansiedade. Comportamentos de autodestruição como se morder ou se lamber em excesso ao ponto de causar machucado, ou fazer as necessidades fora do lugar são manifestações típicas desse estágio.

Nesses casos, o recomendado é buscar ajuda profissional de um especialista em etologia, zoopsiquiatria ou medicina veterinária comportamental. Entre tratamentos nessa linha estão a musicoterapia; a aromaterapia; a cromoterapia, assim como o enriquecimento ambiental - atividades que trabalham a parte cognitiva do animal, despertando novos sensores e melhorando seu estado mental.
   
Como preparar seu pet nessa transição

Comece a adaptar seu animal de estimação, revivendo os mesmos rituais de antes: idas e vindas ao trabalho e a compromissos. O objetivo é prepará-lo emocionalmente para essa separação.

.:. Antes do retorno definitivo ao escritório, tente fazer um horário de trabalho, como se você estivesse no presencial. Escolha um cômodo para o home-office, com a porta fechada, sem comunicação visual e sem acesso ao pet.

.:. Ao sair de casa: não transforme esses momentos em despedidas. De preferência, deixe perto dele uma roupa com o seu cheiro.

.:. Previamente, ofereça atividades individuais para o seu animal e as deixe espalhadas em vários cômodos da casa.

.:. Veja se algum amigo ou alguém da família pode visitá-lo na hora do almoço.

.:. Quando chegar, não faça “festa” como se fosse um marco a ‘hora da chegada’. Isso contribui para o aumento da ansiedade no animal.

.:. Na convivência, não adianta apenas estar por perto. É importante oferecer tempo de qualidade. Estar conectado com ele, brincando ou fazendo carinho.

.:. No caso de cachorros, crie horários diários de passeio, pelo menos 2 vezes ao dia, para que possam farejar e interagir com outros cães.

.:. Estímulos mentais são tão importantes quanto exercícios físicos. Realize joguinhos de inteligência, como tirar comida de dentro de um brinquedo interativo.

“Infelizmente, está crescendo o índice de abandono de pets nesse momento de retorno ao escritórios ou escolas. Muitos donos alegam não ter condições de manter um animal sem estar em casa, principalmente aqueles que compraram ou adotaram durante a pandemia. A falta de adaptação às mudanças não pode ser desculpa. É preciso paciência, planejamento e, além de tudo, amor. Animal não é objeto. É preciso cuidar deles, sobretudo de seu equilíbrio e bem-estar”, frisa o especialista.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

O gatinho chegou, e agora?


Confira dicas para preparar o lar para receber um filhote felino

Companheiros, divertidos e fiéis, os gatos conquistaram os humanos e a cada dia ganham mais espaço nos lares brasileiros. Mas, você sabe como preparar o lar para a chegada do felino, especialmente no caso dos filhotes?

O planejamento é fundamental para que o gatinho vivencie uma experiência agradável, nos primeiros dias na casa nova e, principalmente, para que o período de adaptação transcorra sem problemas, assegurando o bem-estar do pet.

Pesando nisso, a médica-veterinária e Gerente de Produtos da Unidade Pet da Ceva Saúde Animal, Nathalia Fleming, listou oito dicas para proporcionar uma adaptação confortável e tranquila tanto para os tutores, quanto para o felino. Confira:

1- Respeite o comportamento do felino.
Os gatos são seres semi-sociais, ou seja, apreciam a interação social com moderação, podem ser levemente desconfiados e gostam de agir solitariamente em algumas atividades diárias, como na hora de se alimentar e se limpar, por exemplo. Por isso, a primeira dica para adaptação do filhote é conhecer e respeitar o comportamento do pet.

2- Reserve um cômodo para fazer a ambientação.
Na chegada do gatinho, será importante reservar um cômodo para que ele fique confortável e seguro até se ambientar com a nova casa. O gatinho deve ter nesse espaço locais para se esconder, como casinhas e tocas, as caixas sanitárias, comida, água e brinquedos. Se for um gatinho tímido ele pode ficar quietinho nos primeiros dias até começar a explorar o ambiente e querer sair do cômodo. Se for um gatinho mais curioso, ele poderá já nos primeiros dias querer explorar todo o ambiente. É importante observar o comportamento do gato e deixá-lo à vontade para explorar a casa quando ele se sentir seguro. À medida que ele começar a explorar o ambiente e se sentir à vontade em todos os locais da casa, as coisas dele também deverão ser distribuídas pela casa como por exemplo, os potinhos com comida, água, brinquedos e banheiro. Invista no uso do análogo sintético do feromônio facial felino (difusor) no ambiente, plugando-o na tomada 2 dias antes do gatinho chegar e mantendo-o por 30 dias seguidos, isso tornará a adaptação muito mais rápida e fácil, transmitindo para o gatinho uma mensagem de conforto, segurança e bem-estar.

3- Cuidados na sociabilização
Os felinos têm uma conexão especial com seu ambiente, dessa forma tirá-lo de casa ou expô-lo a muitos seres e estímulos desconhecidos pode gerar estresses e acabar prejudicando todo o processo. O indicado é realizar a sociabilização as diversas situações de forma gradual, respeitando o ritmo e estilo do gato de explorar com muita cautela. Para isso, invista em interações graduais, seja com outros animais ou com os visitantes da casa.

4- A arranhadura é um comportamento natural
Muitos tutores não compreendem a motivação dos felinos em arranhar, porém a arranhadura é um comportamento natural. Os gatos precisam aparar e afiar as unhas constantemente e o ato de arranhar cumpre exatamente essa função. Para evitar que algum objeto indesejado ou item da mobília se transforme em um enorme atrativo para o pet, o indicado é estimular o gato, desde filhote, a utilizar o arranhador. Dessa forma ele direcionará a ação para o local apropriado. Lembre-se, o gato precisa de uma arranhador firme que seja capaz de aguentar seu peso ao se esticar para fazer a arranhadura na vertical, por exemplo. É importante também deixar os arranhadores em diferentes partes da casa, de preferência em locais de passagem para o gato fazer sua arranhadura. Hoje existem vários arranhadores no mercado (diferentes materiais, horizontal, vertical), é importante saber qual seu gato irá se adaptar melhor, por isso, ofereça várias opções no ambiente e caso você não deseje que ele arranha alguma mobília específica, o análogo sintético ao odor facial felino em spray deve ser aplicado na mobília.

5- Invista em uma caixa de areia

Esse item é indispensável para os gatos, desde filhote, pois além de auxiliar na manutenção da higiene, a caixa de areia deixa os gatos mais confortáveis para realização de suas necessidades fisiológicas. Geralmente os gatos já utilizam a caixa de areia instintivamente, mas é importante você mostrá-la para ele e ter pelo menos 2 caixas em diferentes locais da casa. Escolha uma caixa de areia do tamanho adequado, ela deve ser grande o suficiente para o gato se virar dentro dela e conseguir cavar. Depois mostre ao pet onde o item está e o incentive a entrar no espaço, sem forçar. Recompensar o animal com estímulos positivos, como carinho e petiscos após o uso da caixa de areia também é uma excelente maneira de acelerar o processo de aprendizagem. Outro ponto importante é a localização do objeto, que deve ser posicionado em pontos de fácil acesso na casa, mas nunca próximo a água ou comida do pet. E lembre-se, caso você tenha mais de um gato o ideal é que a quantidade de caixa sanitária no domicílio seja de uma por gato mais uma extra.

6- Prepare vários cantinhos de descanso
Descansar é parte da rotina dos felinos. Alguns animais chegam a dormir mais de 12 horas por dia. No caso dos filhotes, esse comportamento é ainda mais comum. Por isso, o tutor deve providenciar espaços onde o pet possa sentir-se seguro e confortável para tirar alguns cochilos ao longo do dia. Lugares altos, como o topo do arranhador, prateleiras, ou até mesmo tocas e tendas costumam ser opções atrativas para os felinos.

7- Cuidados com a segurança do pet
Gatos são curiosos. Por isso é natural que busquem conhecer o território, explorando todos os cômodos da residência. Para evitar acidentes, algumas medidas de segurança devem ser tomadas, como manter fora do alcance do animal produtos de limpeza e objetos cortantes, por exemplo. Além disso, caso o pet viva em um apartamento é recomendada a instalação de telas de proteção em todas as janelas e na varanda, isso evitará que ele possa cair ao explorar a casa. E caso viva em casa, certifique-se de que o novato não tenha acesso à rua para sua segurança.

8- Brincar é preciso!
Os felinos gostam de brincar, especialmente se a forma de entretenimento estimula seu instinto caçador. Varinhas com itens na ponta, pompons e bolinhas são alguns dos objetos que costumam chamar a atenção dos gatos. Além disso, o tutor também pode investir em algumas brincadeiras com itens caseiros e que podem ser reproduzidas no ambiente doméstico, como:

. Brincadeira na água – Coloque uma pequena quantidade de água em uma vasilha e mergulhe uma bolinha ou um barquinho de papel: brinque com o gato para empurrar o objeto aqui e ali na superfície.

. Jogo de caça
– Encha o fundo de uma caixa de papelão com pelo menos duas camadas de bolas de papel e jogue um rato de brinquedo para que o gato possa "encontrá-lo" como se e estivesse caçando.

. Capture se puder
– Construa um avião de papel e desafie o gato para pegá-lo durante o voo.
 
Sobre a Ceva Saúde Animal

A Ceva Saúde Animal é uma multinacional francesa, comprometida com o desenvolvimento de produtos inovadores para o mercado de saúde animal. A empresa, que está presente em mais de 110 países, foca sua atuação na produção e comercialização de produtos farmacêuticos e biológicos para animais de companhia e produção. Mais informações em: www.ceva.com.br