quarta-feira, 8 de junho de 2016
Conheça a terapia celular em animais de estimação
Tratamento indolor e não invasivo permite cura ou melhora na qualidade de vida dos bichinhos.
Doenças como cinomose, lesões tendíneas ou ósseas - como osteoartrite e oesteoartrose - e complicações renais em pets podem ser tratadas com terapia com células-tronco. Em 80% dos casos há melhora ou até mesmo cura do problema.
“Nessas doenças já existe cura comprovada com tratamento com células-tronco”, afirma a bióloga Nance Nardi, doutora em imunologia e diretora científica da CellVet Medicina Veterinária Regenerativa.
Em outras, como hérnia de disco, em que o cão perde os movimentos das patas traseiras, não há ainda comprovação de cura, mas muitos tutores têm optado pela terapia também nesses casos.
As células-tronco adultas são retiradas do tecido adiposo de pets e, segundo a bióloga, costuma-se aproveitar a cirurgia de castração para fazer a coleta. Com forte capacidade de regeneração, qualquer animal está apto a recebê-las, desde que sejam retiradas de um pet da mesma espécie.
O nível de recuperação depende da reação do organismo de cada pet, mas quanto mais jovem o animal e se as lesões ou doenças estiverem em estágios iniciais, maior é a perspectiva de cura.
Outro ponto considerado na reabilitação é a propensão genética do pet em desenvolver a doença. O tratamento pode ser feito em cães, gatos e equinos de qualquer idade, mediante uma avaliação pelo veterinário e a eliminação de riscos.
Como funciona
De acordo com Nance, a terapia é indolor e não invasiva. As células-tronco são aplicadas em uma injeção na região da lesão ou via endovenosa - quando se trata de uma doença sistêmica como complicação renal. Se forem injetadas em um osso, por exemplo, transformam-se em células sadias do tecido ósseo. Assim, o órgão ou tecido doente começa a se regenerar.
“Com o acompanhamento do veterinário, duas a três semanas depois pode ser feita uma nova aplicação”, explica a bióloga.
Além de inovadora, a terapia com células-tronco tem altos índices de êxito depois de aplicadas as primeiras doses em determinadas patologias. “Nos mais de 300 animais que tratamos em seis anos de atuação, cerca de 80% apresentaram melhoras”, diz Nance.
Conhacimento é a chave, diz veterinária
Para Nance, o tratamento com células-tronco em pets ainda é desconhecido por muitos tutores. E o conhecimento, segundo ela, é a grande chave para ampliar a procura pelo tratamento entre os donos de animais. “Acredito na popularização do tratamento com células-tronco”, opina a bióloga.
No Brasil, existem apenas quatro empresas de bancos particulares de células-tronco. No mundo, já foram tratados cerca de 20 mil animais. A pesquisa em pets começou há cerca de 20 anos e há uma década começou a aplicação nos pets, sempre dentro de critérios éticos.
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