quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Enchente: uma ameaça também para os animais de estimação
Em várias partes do país o verão é sinônimo de chuvas, alagamentos, deslizamentos de terra, pessoas desabrigadas e até vidas perdidas.
A população sofre e os animais de estimação padecem junto com seus donos. Indefesos, cães e gatos correm risco de se perder, adoecer e até morrer nesses tristes episódios.
Por isso é importante redobrar a atenção e cuidados também com eles nesse época, especialmente se houver contato com água de enchentes. Confira as orientações da médica veterinária da PremieR pet, Keila Regina de Godoy.
Em situações de emergência, os animais devem ser removidos da área de risco junto com seus donos. Se isso não for possível, as autoridades locais devem ser acionadas para ajudar (Defesa Civil, Bombeiros e até ONGs de proteção animal).
Quem mora em região de alagamento nunca deve manter o animal preso a correntes. Além de comprometer sua qualidade de vida, esta prática impede que ele consiga se defender em caso de alagamento.
A ração deve ficar estocada em local alto, seco e arejado, pois a umidade excessiva causa alterações que comprometem a qualidade do alimento e a saúde do animal.
Jamais se deve permitir que um animal beba água de enchente, pois pode estar contaminada.
Alimentos que tenham tido contato com água de enchente devem ser obrigatoriamente descartados.
Já utensílios, como comedouros, casinhas etc, precisam ser muito bem higienizados com água e sabão e, posteriormente, colocados em imersão em uma solução desinfetante: diluir 1 copo de água sanitária em 4 copos de água e deixar os utensílios imersos por pelo menos 1 hora para descontaminação.
Se o animal tiver contato com água contaminada, deve receber o quanto antes um banho e secagem adequada, o que ajuda a evitar doenças de pele e ouvido.
Deve-se observar a presença de possíveis lesões cutâneas, fraturas e outros processos traumáticos, bem como alterações na coloração de pele, secreções, olhos e fezes. Em caso de alteração, o animal deve ser avaliado por um médico veterinário.
Caso ele não apresente nenhum sintoma clínico aparente, água e alimentação devem ser oferecidas normalmente.
Um animal assustado pode apresentar oscilações de apetite e dúvidas sobre onde fazer suas necessidades. Os proprietários não precisam se alarmar, mas se o comportamento persistir é indicado passar pela avaliação de um médico veterinário.
Cuidado com a leptospirose, doença transmitida através do contato com a urina e fezes de ratos. Cães e gatos podem ser infectados e ainda transmitir a doença para humanos e outros bichos de estimação por meio do contato com urina, água, utensílios contaminados e o próprio sangue. Enquanto gatos não apresentam sintomas clínicos, os cães podem apresentar: febre, depressão, perda do apetite, vômito, desidratação, mucosas com coloração variando de amareladas a alaranjadas, pele amarelada, urina escura e até dor muscular. Em alguns casos de infecção leve, os sintomas podem demorar a aparecer, dificultando o diagnóstico. Na evolução da doença, observa-se insuficiência renal, insuficiência hepática, hemorragias, lesões na pele e hematomas pelo corpo, bem como úlceras na boca e língua.
Se o pet teve histórico de contato com água contaminada ou apresentar os sintomas relacionados, é imprescindível que seja levado a um médico veterinário.
Mantenha a vacinação do pet sempre em dia. As vacinas múltiplas que previnem as principais doenças infecciosas são extremamente necessárias e podem salvar a vida do animal em caso de enchentes. Nos filhotes, podem ser feitas a partir dos 45 dias. Para os adultos, a revacinação deve ser feita anualmente. Em animais que vivem em áreas expostas a alagamentos, à presença de ratos e ao contato com esgotos, a vacina contra leptospirose deve ser administrada semestralmente.
Não abra mão desses cuidados que podem salvar a vida do seu amigo!
Fonte: Guia Pet & Cia
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