sexta-feira, 15 de maio de 2015
Crianças podem ter relações mais próximas com seus animais de estimação do que com seus irmãos
As relações das crianças com seus animais de estimação podem ser ainda mais importantes e complexas do que pensávamos: elas podem se sentir mais próximas deles do que de seus próprios irmãos.
Essa foi uma descoberta do estudo de Matt Cassels, da Universidade de Cambridge, que começou a trabalhar com um rico conjunto de dados de um projeto infantil.
Este projeto de 10 anos coletou muita informação sobre o desenvolvimento social e emocional de crianças, e incluiu uma seção sobre a relação dos pequenos com seus animais de estimação, pais, professores e irmãos.
Até hoje, poucos estudos têm comparado os relacionamentos das crianças com animais de estimação em comparação a seus outros relacionamentos. Assim, Cassels decidiu focar nisso, e seus resultados o surpreenderam.
O método e as descobertas
A pesquisa foi baseada principalmente em dados recolhidos quando as crianças, 88 das quais tinham animais de estimação na época, estavam com 12 anos. O pesquisador levou em conta informações sobre o comportamento pró-social, bem-estar emocional, capacidade acadêmica e relação das crianças com todos em sua vida.
Matt mediu essas informações contra o quanto as crianças confidenciavam em seu animal de estimação, o quanto discutiam com o bichinho, que satisfação tinham do seu relacionamento com ele, e quantas vezes faziam coisas com o animal todos os dias.
Cassels descobriu que crianças que sofreram adversidades em suas vidas, como um luto, divórcio, doença ou instabilidade, e que eram provenientes de meios desfavorecidos eram mais propensas a ter uma relação mais forte com seus animais de estimação, embora fossem menos bem academicamente e sofressem mais problemas de saúde mentais.
Apesar disso, o estudo mostrou que crianças com relações mais fortes com seus animais de estimação tinham um nível mais elevado de comportamento pró-social – como querer ajudar e compartilhar coisas – do que as crianças que não tinham. Também, essas crianças, especialmente meninas e aqueles cujo o animal de estimação era um cão, eram propensas a confiar mais em seus bichinhos do que em seus irmãos.
Uma relação sem julgamentos
“É realmente surpreendente que estas crianças não só se voltem para seus animais de estimação para apoio quando confrontados com a adversidade, mas que o façam ainda mais do que o fazem com seus irmãos, mesmo sabendo que seus animais de estimação não entendem realmente o que eles estão dizendo”, afirma Cassels.
O cientista acrescentou que as crianças podem sentir que seus animais de estimação não estão as julgando. Uma vez que eles não parecem ter seus próprios problemas, só “escutam”. “Escrever confidências em um diário pode ser terapêutico, mas animais de estimação podem ser ainda melhores, uma vez que podem ser empáticos”, explica.
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