quarta-feira, 30 de julho de 2014

Prevenir tártaro ajuda a evitar doenças graves nos animais de estimação


Falta de higiene bucal causa muito mais que dentes amarelados e mau hálito.

Seja por falta de tempo, orientação ou mesmo devido à crença de que apenas biscoitos e brinquedos auxiliam na redução do tártaro nos PETs, muitos donos de cães e gatos costumam subestimar a importância da higiene bucal em seus cães e gatos.

De acordo com a médica veterinária Natalie Massaro Rosa Ballaben, da Massaro Estação Animal, não se trata apenas da questão estética. Muito mais do que dentes amarelados e mau hálito, a doença periodontal pode ocasionar doenças graves nos bichinhos. “As bactérias que se encontram na boca do animal podem alcançar a corrente sanguínea e causar infecções graves, como endocardite, glomerulonefrite, artrite, meningite, infecções respiratórias, entre outras. Os órgãos mais afetados são coração, rins e fígado, além das articulações”, revela.

O primeiro sintoma de que a placa bacteriana está presente é, de fato, o mau hálito, que pode vir acompanhado de salivação excessiva, diminuição no apetite, sangramento gengival e desinteresse em roer brinquedos e ossos.

“O proprietário deve ficar atento. Algumas alterações conseguem ser notadas ao abrir a boca dos cães: placas esverdeadas sobre os dentes, dentes amarelados, proliferação ou retração gengival e gengivas muito avermelhadas”, cita.

Natalie explica que o tártaro é resultado do acúmulo de alimentos sem a devida higiene, que resultada na proliferação de bactérias. “Ao se unir a células inflamatórias, componentes da saliva e componentes produzidos pelas bactérias, com o passar do tempo, ocorre a mineralização, formando o cálculo dentário, conhecido popularmente como tártaro”, explica.

Dieta mole, não
Se o dono tem o hábito de oferecer alimentos humanos ao animal, pode aumentar o problema. “Dietas moles e aderentes ocasionam um maior acúmulo de placa bacteriana e, com isso, um quadro de doença periodontal mais severo”, afirma Natalie.

E nada de aproveitar o creme dental da casa para fazer a profilaxia, pois os animais acabam ingerindo o creme dental durante a escovação e o flúor contido nele vai se acumulando no organismo. Em grandes quantidades torna-se tóxico e pode provocar doenças graves. “Além de o creme dental humano causar irritação da mucosa gástrica, levando até mesmo a úlcera gástrica”, alerta Natalie.

Mantenha rotina de escovação e alimentos duros e fibrosos

A melhor forma de evitar o tártaro nos PETs é preveni-lo com uma rotina da higiene bucal. Segundo Natalie, a partir dos 2 anos de idade, o cãozinho deve passar por uma profilaxia com um profissional, a cada seis meses. Mas isso não elimina a necessidade de escovar os dentes do animal, pelo menos, três vezes por semana, com escova adequada.

Outra dica é oferecer alimentos secos e duros, como ração e biscoitos, que estimulam a mastigação, além de ossinhos e brinquedos. “Existem no mercado biscoitos próprios para profilaxia dental, produtos líquidos que podem ser adicionados à água para evitar a formação de limo nos dentes e cremes dentais veterinários com ação enzimática que auxiliam na prevenção da placa bacteriana, mesmo sem o auxílio da escovação”, cita a veterinária.

Tratamente é caro e difícil

Quando o tártaro já se instalou, o tratamento só pode ser feito por um veterinário através da realização de procedimentos de remoção mecânica do cálculo, polimento, extração dos dentes severamente danificados e a antibioticoterapia sistêmica.

Para esse procedimento é necessária a anestesia geral e quanto maior a evolução da doença periodontal, aumenta o tempo de anestesia elevando o custo para o proprietário, o estresse e o risco para o animal. “Mesmo após o tratamento, se não for feita a profilaxia em casa, o problema volta a se instalar cerca de seis meses depois”, alerta a médica veterinária.

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